Um campeonato tranquilo
DA SUCURSAL LUANDA A Copa Africana das Nações - CAN para os íntimos - foi desde o início um torneio cansativo e burocrático sempre que a...
DA SUCURSAL LUANDA
A Copa Africana das Nações - CAN para os íntimos - foi desde o início um torneio cansativo e burocrático sempre que as seleções do Egito ou Argélia descansavam em seus hotéis. O desconcertante empate por quatro gols entre Angola e Mali no jogo de abertura deixou a impressão mais equivocada possível, a de que a surpresa, esta enterna penetra, teria passe-livre no gramado. Na decisão, nenhuma aposta poderia ter sido mais previsível: nem o futebol alemão praticado por Gana, única equipe que compreende o significado da palavra profissionalismo na África e investe certo em novos valores, impediu que o tarimbado jogo conjunto do Egito emplacasse, ainda que num lance isolado.
A Copa Africana das Nações - CAN para os íntimos - foi desde o início um torneio cansativo e burocrático sempre que as seleções do Egito ou Argélia descansavam em seus hotéis. O desconcertante empate por quatro gols entre Angola e Mali no jogo de abertura deixou a impressão mais equivocada possível, a de que a surpresa, esta enterna penetra, teria passe-livre no gramado. Na decisão, nenhuma aposta poderia ter sido mais previsível: nem o futebol alemão praticado por Gana, única equipe que compreende o significado da palavra profissionalismo na África e investe certo em novos valores, impediu que o tarimbado jogo conjunto do Egito emplacasse, ainda que num lance isolado.
Foi a batalha da disciplina tática contra a consciência tática, na qual o triunfo foi da chatice. Mas todos saíram satisfeitos, a começar pelos anfitriões angolanos. Ainda engatinhando no ludopédio, os donos da casa desconhecem o princípio básico segundo o qual o objetivo do jogo é fazer o gol, não correr até o fim do campo. Acharam excelente não terem protagonizado um vexame e foram os maiores vencedores já que não são nada desprezíveis os quatro magníficos estádios construídos no país. Angola não tinha um único campo digno e agora tem quatro entre os melhores da África, o da capital entre os mais modernos do mundo.
Nos demais casos, tudo cozido em banho-maria. Gana e Argélia seguem consoladas pela vaga na Copa do Mundo. E a Costa do Marfim por ter além da vaga, também Drogba. Idem os Camarões, que possuem Eto´o. Foram duas colossais decepções, embora pudessem fazer pouco para contrariar o indiscutível ditado segundo o qual duas andorinhas, em times diferentes, não fazem verão. Quem acabou aproveitando o vazio foi a Nigéria, que desaprendeu a jogar bola mas, como pouca gente sabe no continente, subiu ao pódio apesar de desempenho medíocre.
Os coadjuvantes cumpriram à perfeição seu papel de coadjuvar. E a cobertura dedicada por esta Hora Prima às amenidades dentro das quatro linhas foi exemplar: irretocavelmente amena, como pode ser comprovado pelas páginas e mais páginas em branco sobre o assunto nos nossos arquivos.
3 comentários
Não gostei da cobertura do blog. A Copa da África merecia mais atenção. Merci.
ReplyComo mais atenção? Você não deve ter tv a cabo em casa, caro Pierre. Os jogos transmitidos pela ESPN foram uma pachorra!!!
ReplyChega de conversa fiada. Este pasquim já merece ser empastelado.
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