DIRETO DA REDAÇÃO Hora Prima descobre paradeiro d’El Editor A s toneladas de telegramas que diariamente vêm chegando às trezentas caixa...
Hora Prima descobre paradeiro d’El Editor
As toneladas de telegramas que diariamente vêm chegando às trezentas caixas postais da redação desta Hora Prima reclamando da morosidade nas atualizações não poderiam ficar sem uma resposta à altura e peso. É verdade que, mesmo com sua circulação comprometida há mais de um mês, esta tribuna tem insistido em manter o expediente aconselhável para não transformar tal situação de foro íntimo em munição para a concorrência desleal. Qual seja, manter o bico calado.
Mas é verídico também que a opção pela desfaçatez tomada de sobreaviso por nosso Conselho Editorial permanecia, durante o incômodo silêncio de nossas rotativas, um mistério insondável até mesmo para Dona Milu, progenitora amadiana de beatas e mulheres de vida fácil.
A verdade dos fatos, porém, pode agora vir a público, graças ao desfecho sem conseqüências trágicas de um episódio que traumatizou profundamente toda nossa equipe e colaboradores. A verdade dos fatos, senhores e senhoras, é que a alma de nossa redação esteve seqüestrada, cativa nos quartéis da grande imprensa: El Editor desta Hora Prima foi obrigado a tirar férias forçadas numa colônia jornalística.
Mas o destino, esse cruel inimigo da iniciativa privada, especialmente nos casos de incipientes impérios midiáticos, cochilou quando menos esperava nosso correspondente espião. E, aproveitando uma magnífica bobeada de seus superiores hierárquicos, no intervalo entre a disputa do bandejão e a fila do bebedouro, El Editor sequestrado conseguiu enviar, via telégrafo, a indicação precisa do local do cativeiro.
Por respeito a nossos assinantes, optamos por não publicar o relato minucioso das condições degradantes a que a vítima estava sendo submetida. Importa é que, libertado, El Editor voltou para os braços de nossa equipe de reportagem e, emocionado como uma Scarlett O'Hara da imprensa, decretou: “Nuca mais deixarei a Hora Prima passar fome”.
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