CASO DE POLÍCIA Professora é flagrada dando aula de jornalismo mercador Mestra ensinava alunos a usar trabalho como ‘moeda de troca’; in...
Professora é flagrada dando aula de jornalismo mercador
Mestra ensinava alunos a usar trabalho como ‘moeda de troca’; instantes depois, convidado da digníssima abalou os pilares da filosofia ao relativizar a ética.
Professora da Faculdade de Comunicação da UFBA de prenome Graciela foi flagrada, na quinta-feira 30, em plena sala de aula, atirando na lata do lixo os códigos de ética jornalística. Ao defender a existência de uma editoria ‘Facom’ em revista sob sua responsabilidade, a ser publicada pela instituição no final do semestre, a professora apresentou uma justificativa que dificilmente será admitida publicamente. “Gente, essa será a nossa moeda de troca aqui dentro”, disse, em falsete, diante da platéia de alunos estupefatos. Encarando com naturalidade sua declaração, a colenda mestra ainda ilustrou como pretende utilizar a seção: “Não vamos perder a oportunidade de fazer uma entrevista com Benjamim [Picado, também professor da instituição] ou com Giovandro [Ferreira, diretor]. É assim que vamos conseguir as coisas”.
Não bastasse o tino comercial da moça, o palestrante convidado para a aula – que tinha como tema a ética – deu amostras de que não foi adequadamente apresentado à matéria. Depois de mostrar sua ficha de serviços prestados ao comunismo baiano, Emanuel Souza, editor do jornal Vermelho é Salvador, publicado pelo PC do B local, explicou as razões que o levaram a abandonar completamente a idéia de imparcialidade, em mais de 20 anos de profissão. “Para começar a falar de ética, precisamos tratar da imparcialidade, que, para mim, é um mito“, disse, sinalizando para um novo paradigma jornalístico, em que a idéia deve ser abandonada.
“Todos temos um ponto de vista sobre determinado assunto. Por exemplo, quando o MST entra numa terra, um jornal vai dizer que o MST ‘invadiu’, outro que ‘ocupou’. Mas nenhum mentiu. Os dois mostraram o fato de seu ponto de vista”, ponderou. “Isso porque cada um de nós possui uma ética, que depende das condicionantes sociais a que somos submetidos”. Para o palestrante, o problema se restringe a identificar o lugar de fala do jornalista: “No caso do nosso jornal, sempre vamos dizer que o MST ocupou”, disse, sem lembrar das diferenças entre o jornalismo partidário e o profissional. Entre as ‘condicionantes’, Emanuel citou classe social e ordenamento jurídico – fator lembrado como responsável por uma das características da ‘ética colonial’: “Vocês sabiam que até 1808 qualquer brasileiro nato era proibido de estudar? Mesmo os brancos, filhos dos senhores de engenho, tinham que ir para a Europa. Era e ética da época”, afirmou, sem atentar para a confusão entre os campos moral e legal.
Um aluno presente à aula disse que o palestrante desconsiderou completamente a ética como disciplina filosófica, reduzindo-a a um “jogo de relatividade”. “Roubar, matar, mentir – isso não depende de classe social, é imoral e pronto”, disse. “Estamos diante de um perfeito imbecil, que coloca suas convicções ideológicas acima de seu dever como jornalista. E acha normal”, afirmou o estudante, pedindo para ter a identidade preservada.
Recém incorporada ao corpo acadêmico da faculdade, através de um concurso contestado pelo Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), a professora Graciela não quis se manifestar sobre o caso. Preferiu, em vez disso, informar sua aprovação em teste para o curso de teatro organizado pela Fundação Cultural do Estado (Funceb): “Gente, tenho uma notícia para dar a vocês. Vou fazer teatro!!! Ah, estou tão feliz!!!”.
8 comentários
Pondo em perspectiva (a de um interessado em teoria de jornalismo, mas também a de um ausente no momento da fala), a professora provavelmente é muito mais imbecil. Ou inteligente. O jornalista que usa "moedas de troca" em prejuízo de qualidade profissional não é jornalista, é carreirista. Foi com essa ética que a professora venceu o concurso de teatro? E o de professora, por via das dúvidas? Segundo opiniões de corredor, talvez a professora não sabe muito bem a diferença entre ensinar jornalismo e atuar. Confunde sala de aula e palco. Enfim, divago.
ReplyVou fazer somente uma defesa rápida do comunista. O coitado confundiu ética jornalística com duas coisas:
1) deontologia de assessor de imprensa em seu primeiro exemplo - que não tem nada de eticamente questionável, já que ele DEVE pôr suas convicçõs acima dos valores jornalísticos (mas não éticos, o que não é a mesma coisa) e;
2) legalidade de valores que, são sempre variáveis em função do tempo e lugar.
Idiotice (ou carreirismo) é diferente de ignorância.
Esse Atticus até entende de jornalismo - talvez, por isso, resolveu ser advogado. Mas perdeu a causa: a única forma de defender um comunista é alegar insanidade.
ReplyO Lacerda sempre tem razão.
Replytambém estava presente ao fato, e reforço o que foi dito. mas só tenho um porém. o reporter deveria ser mais incisivo, e questionar a réu, mais. nem que seja pra atestar o que você "incrimina". a não-simpatia pela profesora, não implica questionar tudo que a mulher faz!
Replyno final da aula, inclusive, eu levantei essa questão...do "jornalismo comercial dela", e ela até que se defendeu um pouquinho. apesar de não o suficiente...
enfim, nem quero ser a chata da história. até pq eu concordo com o que foi dito aqui, com suas devidas ressalvas.
Dizem que o bom ator pode fazer qualquer papel seja ele o de professor, de jornalista ou de outro profissional qualquer. Não sei se os melhores atores são aqueles que passam concursos...
ReplyMuitos enxergam o mundo como um Mercado Livre S/A. e nele não importa de que lado você samba, de que lado você saba, ou de que lado você vai sambar !!!
Esse texto faz justamente o que critica: um jornalimos parcial, com um ponto de vista pre-estabelecido e cheio de ajdetivos desmerecedores. Até esconder fatos, como uma aluna apontou no comentário acima, cortanto as partes em que a professora comentou sobre o "jornalismo" comercial. Que jornalismo é o conteúdo de uma aula como "flagra"? Que sensacionalismo incabido é "abalou os pilares da filosofia"? Dentro do contexto que isso é publicado, desculpe Vitor mais isso parece matéria encomendada. Perdeu uma chance de colocar a discução sobre ética na faculdade em um nível mais alto.
ReplyDesculpem: agora que eu vi que a matéria é mais antiga. Não deixa de ser oportunimo de alguns divulgar isso agora.
Reply"Matéria encomendada" é demais. Quem foi que encomendou? Fernando Conceição?
ReplyClaro, né, naquela época ele já previa que ia ser boicotado para o Pet.