OPINIÃO Carnaval, bloody carnaval A informação, divulgada pelos noticiosos desta capital, de que os responsáveis pela organização músic...
OPINIÃO
Carnaval, bloody carnaval
A informação, divulgada pelos noticiosos desta capital, de que os responsáveis pela organização músico-assistencialista U2 (pronuncia-se iu-tchu) aceitaram convite do senhor ministro da Cultura para visitar a cidade durante o carnaval revela a que grau pode chegar a irresponsabilidade de nossos dirigentes, sejam eles inteligíveis ou não, quando prêmios internacionais lhes sobem à cabeça. Ao receber em pleno reinado de Momo cidadãos internacionalmente conhecidos pelo notório senso de oportunismo, demagogia, capacidade de dissimulação e bom-mocismo fraudulento, o senhor ministro não só invade a jurisdição do monarca, mas compromete a grande razão de ser dos festejos momescos e a função histórica primordial da folia. Trata-se, justamente, do princípio fundamental de que, no carnaval da Bahia, turista precisa pagar caro, e muito, para entrar na brincadeira.
Ora, se até mesmo os visitantes do Centro-Sul do País recebem tratamento à altura de suas gordas contas bancárias e artistas globais se escalpelam pelo metro quadrado de nossos trios elétricos, não é sensato destinar a gringos, ainda mais aos de pouca expressão como os irlandeses, recepção diferente. A irresponsabilidade do ministro, que até então gozava de bom trânsito nos meios artístico e empresarial locais, arranha a marca mais autêntica da folia baiana, a exploração econômica do turista baseada em sua flagrante ingenuidade.
Se não bastasse o atentado à economia carnavalesca, joga por terra os esforços da Secretaria de Segurança Pública, que a duras penas busca proporcionar ao visitante estrangeiro maior contato com a realidade local através do bem-sucedido policiamento controlado das vias de acesso ao circuito da folia. Cercados de seguranças e guarda-costas, Bono Vox e seus aprendizes de Madre Teresa de Calcutá jamais poderão ser abraçados pelo povo quando o Chiclete passar ou conferir a típica gentileza de nossa força policial, o que deve concorrer para levarem da Bahia uma expressão fabricada da baianidade.
Por outro lado, ao confirmar seus nomes na lista de convidados do camarote Expresso 2222, os mais novos comensais do senhor ministro só atestam a agonia fúnebre em que se encontra sua outrora banda. Afinal, como bem disse certa feita uma banhista de trajes íntimos, “atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”.
Carnaval, bloody carnaval
A informação, divulgada pelos noticiosos desta capital, de que os responsáveis pela organização músico-assistencialista U2 (pronuncia-se iu-tchu) aceitaram convite do senhor ministro da Cultura para visitar a cidade durante o carnaval revela a que grau pode chegar a irresponsabilidade de nossos dirigentes, sejam eles inteligíveis ou não, quando prêmios internacionais lhes sobem à cabeça. Ao receber em pleno reinado de Momo cidadãos internacionalmente conhecidos pelo notório senso de oportunismo, demagogia, capacidade de dissimulação e bom-mocismo fraudulento, o senhor ministro não só invade a jurisdição do monarca, mas compromete a grande razão de ser dos festejos momescos e a função histórica primordial da folia. Trata-se, justamente, do princípio fundamental de que, no carnaval da Bahia, turista precisa pagar caro, e muito, para entrar na brincadeira.
Ora, se até mesmo os visitantes do Centro-Sul do País recebem tratamento à altura de suas gordas contas bancárias e artistas globais se escalpelam pelo metro quadrado de nossos trios elétricos, não é sensato destinar a gringos, ainda mais aos de pouca expressão como os irlandeses, recepção diferente. A irresponsabilidade do ministro, que até então gozava de bom trânsito nos meios artístico e empresarial locais, arranha a marca mais autêntica da folia baiana, a exploração econômica do turista baseada em sua flagrante ingenuidade.
Se não bastasse o atentado à economia carnavalesca, joga por terra os esforços da Secretaria de Segurança Pública, que a duras penas busca proporcionar ao visitante estrangeiro maior contato com a realidade local através do bem-sucedido policiamento controlado das vias de acesso ao circuito da folia. Cercados de seguranças e guarda-costas, Bono Vox e seus aprendizes de Madre Teresa de Calcutá jamais poderão ser abraçados pelo povo quando o Chiclete passar ou conferir a típica gentileza de nossa força policial, o que deve concorrer para levarem da Bahia uma expressão fabricada da baianidade.
Por outro lado, ao confirmar seus nomes na lista de convidados do camarote Expresso 2222, os mais novos comensais do senhor ministro só atestam a agonia fúnebre em que se encontra sua outrora banda. Afinal, como bem disse certa feita uma banhista de trajes íntimos, “atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”.
Estas são razões suficientes para esta Hora Prima se posicionar veementemente contra a visita da trupe irlandesa patrocinada pelo ministro. Será uma mancha sangrenta no verdadeiro carnaval da Bahia, um desrespeito às tradições populares e um ultraje para nosso turismo de negócios. Amigos, amigos, carnaval à parte.
6 comentários
Alô, torcida do Flamengo. Aquele abraço!
ReplyTudo, tudo, tudo vai dar pé,
Replytudo, tudo, tudo vai dar pé,
tudo, tudo, tudo vai dar pé,
tudo, tudo, tudo vai dar pé
tudo, tudo, tudo vai dar pé,
tudo, tudo, tudo vai dar pé...
O carnaval era uma festa de inversão da ordem. Depois deixou de ser. Talvez o ministro, ainda que não esteja em trajes de banhos, esteja querendo mostrar o averso, do averso, do averso, do averso... E povo? Expremido (oprimido) entre cordas e camarotes !!!
ReplyUm abraço Pamplona !
Robertinho, você andou fazendo algum workshop com Albergaria?
Replyeu acho essa redação da hora-prima muito da folgada... nunca atualiza. afe!
ReplyEu acho esse blogueiro um dispeitado. Ele bem queria estar no lugar do Bono, ficou lá na Pipoca correndo atráz de mim e do Tony Garrido, que eu sei. Ficou é com inveja do meu amigo Bono.
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